Conciliar estratégias corporativas com as diferenças de preferências de cada mercado é um dos maiores desafios que as grandes marcas de carros enfrentam nos dias de hoje. As frequentes análises do comportamento de vendas que essa tarefa requer podem demandar investimentos significativos, mas quando realizados de forma correta quase sempre trazem vendas satisfatórias. A Honda faz sua aposta nessa estratégia ao apresentar no Salão do Automóvel seu primeiro modelo desenvolvido exclusivamente para o Brasil.
Muito já se falou sobre a impressionante ascensão dos aventureiros urbanos em nosso mercado. Essa tendência ganha destaque porque sua difusão se fez tanto como versões de modelos já existentes como motivando a chegada de carros totalmente novos, compondo um extenso clube com membros de Fiat Mille Way a Ford EcoSport. A receita inicial era partir de um carro urbano e dotá-lo de um leve potencial off-road, composto por suspensão elevada, apliques plásticos pelo exterior e peças como farois de longa distância, estribos laterais ou mesmo estepe preso na tampa traseira, para obter um ar de SUV sem se afastar dos custos reduzidos dos carros de rua. Mas o passar dos anos viu a preferência dos clientes rumar ainda mais apenas para o lado do design, que sempre foi um item muito bem tratado pelos membros deste grupo. A nova versão do Fit vem justamente reforçar essa nova leva de pseudo-aventureiros, que evitam investir em alterações mecânicas porque julgam que sua clientela busca apenas o estilo diferenciado das versões urbanas. Ela também permite ao pequeno Honda competir diretamente com Nissan Livina X-Gear e Fiat Idea Adventure, ainda que somente a primeira compartilhe o nível superficial das alterações – a minivan italiana incorpora aquelas peças extras já mencionadas e até o opcional do diferencial autoblocante.
Assim sendo, a versão do Fit que compartilha nome com a dança eternizada por Chubby Checker nos anos 1960 deixa de lado qualquer intenção de se enveredar pelas trilhas mais acidentadas em prol do seu padrão de dirigibilidade, que segundo a marca veria efeitos negativos ao usar pneus de uso misto ou suspensão mais alta. Em vez disso ele apostou em acessórios de muito bom gosto, como o estreito aplique de plástico que circunda a borda inferior do carro, lanternas cromadas, farois com máscara negra, rack de teto, belas rodas de liga leve de 16” e parachoques exclusivos: ambos garanham um protetor preto na parte inferior, que carrega os farois de milha na frente e os refletores de segurança atrás. Ainda não se sabem maiores informações sobre o interior do veículo, mas não se esperam mudanças profundas demais. O Fit Twist usará o já conhecido 1.5 16v, que gera potência de 116 cv e torque de 14,8 kgfm com etanol. Ele custará R$ 57.900 com câmbio manual e R$ 60.900 com automatizado CVT. Como o modelo foi lançado oficialmente no Salão do Automóvel, suas vendas devem começar em breve.
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