Alguns olhares mais atentos já haviam reparado a recente inclusão de leves retoques no Agile exibido no configurador online da Chevrolet, caso da inclusão da máscara negra nos farois. Mas até então não valia a pena publicar um artigo detalhado sobre o Agile 2013 porque além de irrisórias, essas mudanças não seriam as únicas da nova linha: agora o compacto precisa defender sua estabilidade de vendas de uma concorrência mais incisiva do que nunca, e para isso ganha um item cuja importância para o cliente se catapultou nos últimos anos.
Lançado em 2009, o Agile representou o começo da reinvenção de sua marca no Brasil, que até então se encontrava congelada vendendo os resquícios da tão famosa linha dos anos 1990, época em que suas operações por aqui tiveram seu auge da adoração do público. A necessidade de mudar surgiu com a crise econômica de 2008, em que vários dos grandes conglomerados viram a falência assustadoramente próxima, e por isso precisavam fazer o que fosse preciso para reverter a situação. Esta atitude significou para a GM fechar algumas de suas divisões e otimizar ao máximo as linhas restantes, e isso não esqueceu a nossa Chevrolet: a ideia era trocar os produtos antigos e ainda derivados dos equivalentes Opel de dez anos antes pela nova identidade visual que a Chevrolet americana começava a traçar. Esse novo rumo ganhou forte êxito nos Estados Unidos com o Cruze, mas a aceitação do nosso pioneiro foi bem diferente. Aquela era uma época em que não se podia contar com investimentos da matriz pelo puro fato de que ela não tinha dinheiro para investir, e então a nossa filial precisou usar o que tinha em mãos. Mas era muito difícil para o público aceitar que o suposto baluarte de modernidade e independência da marca usasse a plataforma do Corsa de 1994, que por sua vez deriva do projeto de 1986 inaugurado como… Opel Corsa, na Europa.
Depois disso, bastava colocar as expectativas de que o carro compensaria com um desenho arrebatador e logo se via que a sobrevivência do pequeno Chevrolet seria um contínuo trabalho de Hércules. Ao menos ele sempre se mostrou competente no interior, com espaço amplo e fartura de equipamentos que, aliados à boa imagem que a Chevrolet tem no país, ajudaram o compacto a completar três anos de mercado com mais de duzentas mil unidades produzidas. Uma forma bem interessante de analisar a linha 2013 do Agile é perceber que ele se esforçou em se aperfeiçoar. Ou seja, se o estilo motivava reclamações especialmente na dianteira, ele escureceu os farois – parece pouco, mas nas cores de carroceria mais escuras isso já deixa os enormes farois muito mais discretos, amenizando a sensação de elementos em excesso. As lanternas ganharam acabamento fumê e as rodas de liga leve agora vêm usinadas, o que compõe um conjunto de bom gosto que até passa a oferecer uma nova opção de pintura externa, o azul Infinity das fotos. Porém, não foi porque a vida a bordo já colecionava elogios que perderia a chance de melhorar: o maior destaque dessa linha é a opção do câmbio automatizado Easytronic Gen II, cujo sobrenome indica que temos uma evolução do item usado pela Meriva anos atrás.
Desenvolvido pela Chevrolet brasileira em parceria com a fornecedora Magneti Marelli, o equipamento promete uma melhoria de funcionamento do nível da que a Fiat conseguiu com seu Dualogic Plus. Ele começa dispensando o pedal da embreagem, mantendo a opção de trocas manuais e tendo sua operação controlada por uma central eletrônica, mas ganha destaque pelos sistemas Auto Start, que permite acionar o motor com um toque bem mais leve da chave, e o BAS (Brake Applied System), que impede o veículo de ficar acelerado. É de se esperar que essa transmissão fique restrita à versão topo-de-linha LTZ, o que indica um pacote de itens generoso: ele traz airbag duplo, ar-condicionado, computador de bordo, conexão Bluetooth, direção hidráulica, farois de neblina, freios ABS com EBD, rodas de liga leve aro 15” e sistema de som multimídia de alta qualidade, com quatro alto-falantes e dois tweeters, tudo de série – também há trio elétrico e revestimento especial para os bancos como opcionais. O Agile Easytronic mantém o motor 1.4 Econo.Flex de sempre e será uma das atrações da marca para este Salão do Automóvel.
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