Finalmente chegaram. Já é muito conhecida a história de ascensão do Fiat 500 no mercado brasileiro, em que bastou a enorme redução de preço ao trocar sua produção polonesa pela mexicana, e ele deixou o status de importado de vendas escassas para atingir participação importante mesmo no acirradíssimo segmento dos hatches compactos do Brasil. No entanto, se basta olhá-lo de perto para ver que seus atrativos são puramente emocionais, as versões que chegam agora são um excelente reforço para o potencial com o qual ele nasceu.
Várias vezes já se comentou da atração que os carros conversíveis exercem em grande parte dos compradores. Trata-se de uma sensação de liberdade dada pela falta de teto, mas também da sensação de exclusividade que decorre das extensas mudanças que um carro desses apresenta em relação ao seu equivalente convencional. Isso é o que motivou não só os projetos já nascidos cabriolets ou roadster, como também soluções de custo menor mas resultado próximo, como o teto solar: ele vem agradando tanto que vem deixando o tamanho de escotilha e passa a tomar conta de quase todo o teto do carro, mesmo que em alguns casos não se abra e ganhe o nome de parabrisa panorâmico. Carros como o Cinquecento precisam ter essas considerações feitas em seu projeto pelo puro fato de que seu foco são justamente as vendas emocionais, em vez de clientes que buscam espaço para cargas ou precisam levar seis pessoas. A versão de teto aberto do 500C chegou à Europa em 2009, mas a tão falada reviravolta do 500 brasileiro veio em 2011. Então a razão da demora de sua chegada ao país provavelmente se deveu à observação do desempenho do carro aqui: como a Fiat viu que as vendas do hatchback atingiram um patamar estável, tornou-se válido investir em trazer a nova versão.
Os detratores logo alegarão que o 500C preserva as laterais da versão comum, e isso não se pode negar. Mas também se deve analisar outras questões decorrentes do mesmo fato: a ausência de mudanças de estrutura muito profundas para chegar a essa solução torna muito fácil repetir o nível de segurança da versão fechada, que sempre foi bastante elogiado mundialmente, e no futuro ainda trará a facilidade de usar as mesmas peças de reposição, o que se torna um problema a menos para os compradores. Além disso, a economia de escala vinda de todo esse compartilhamento traz uma vantagem ainda mais sedutora: que outro conversível se pode comprar no Brasil com R$ 57.900? Sua capota de tecido tem acionamento elétrico que se pode fazer a até 80 km/h e em três posições. O modelo virá apenas na versão Lounge Air, o que significa não só o mesmo enorme pacote de itens do equivalente de teto fechado, como também o motor 1.4 16v MultiAir de 105 cv e 13,6 kgfm com câmbio automático de seis marchas. Ele ganhou novas rodas de liga leve aro 15” e os sensores de estacionamento traseiros, mas outro destaque é a personalização: ele pode vir em vermelho (sólido), cinza e preto (metálicos) ou branco (perolizado) por fora, com cabine em preto, bege/marfim e vermelho/marfim e capota em preto ou vermelho.
Já a segunda novidade do carrinho dá atenção especial aos antenados da moda. Também chega ao Brasil uma tiragem limitada do 500 inspirado na grife Gucci, cujos primeiros destaques começam no exterior: além da vistosa faixa alusiva à marca rodeando a linha de cintura, ele leva seu nome na coluna das portas e rodas exclusivas e o logotipo nas rodas, que também são exclusivas. Como ele só vem na cor branca, é ela quem dita o estilo do interior, formando um bonito contraste com o preto desde o painel até volante e bancos em couro – estes trazem o logotipo da marca nos encostos de cabeça, uma faixa verde e vermelha no apoio das costas e usam os cintos de segurança nessas mesmas cores. Até os freios foram alterados, trazendo pinças na cor verde, mas o pacote de itens continua completo. Ele traz tudo o que a Fiat oferece para este carro, incluindo teto solar panorâmico e o motor 1.4 16v MultiAir, pelo preço de R$ 60.800 sem opcionais. Baseada na versão de topo do mercado europeu, essa série representa o hábito muito comum de associar esse tipo de carro às grifes de luxo, como sua própria edição assinada pela Diesel algum tempo atrás. Estima-se que virão apenas cinquenta unidades do 500 by Gucci ao Brasil, com as vendas previstas para começar em dezembro.
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