Se o primeiro golpe foi a decisão oficial da BMW em construir sua primeira fábrica no Brasil, a apresentação da linha Mercedes-Benz Classe C em uma versão mais barata foi o divisor de águas: a defesa da Audi começa a vir com esta nova versão da nova geração do A4, que por sua vez chegou ao país no último mês de maio. Ela se encaixa na mesma estratégia renovada dos fabricantes de luxo para o Brasil que se comenta no texto do C180 Sport, e portanto significa que a Audi também está mirando em novos tipos de clientes.
Vender versões caras demais resulta em almejar um público muito restrito, que pode trazer margens de lucro elevadas mas não apresenta quantidade suficiente para que o tal país justifique a manutenção de operações estáveis da marca de carros. Fabricantes como o famoso trio alemão vêm contornando esse problema oferecendo versões de seus carros mais famosos cujos pacotes cumprem com o ideal comentado no texto do C180 já mencionado. Essa receita sempre é iniciada pela oferta de um farto pacote de itens embalado pelo estilo em plena sintonia com o que se vende no exterior, mas no caso do A4 também implica em preservar o altíssimo nível de desempenho e dirigibilidade que faz a fama dos modelos mais caros do Grupo VW. Ou seja, a Audi manteve a elegância ao não expor diferenças significativas entre os níveis de acabamento de seus modelos: salvo pelas rodas ou acessórios extras aqui e ali, é impossível descobrir a versão de um A4 numa primeira observação, e menos ainda se ele estiver em movimento. Mesmo deixando de lado a elegância das linhas fortes e recortadas que caracterizam o exterior dos Audi recentes para entrar na cabine, não se percebem ausências de itens com facilidade.
Isso não se repara fácil pelo fato de que o A4 Attraction vem mesmo bem-equipado: sempre de série, ele traz airbags laterais e de cortina, ar-condicionado automático, bancos em couro ecológico com ajustes elétricos para o motorista, conexão Bluetooth, controle de estabilidade, luzes diurnas e lanternas em LEDs, rodas de liga leve aro 17”, sistema de som multimídia Symphony e volante esportivo multifuncional em couro, entre outros. Esse pacote se parece demais ao dos principais sedãs grandes, do nível de Ford Fusion, Hyundai Azera, Kia Optima e Peugeot 508, e isso não é nenhum tipo de coincidência: a nova versão do A4 busca roubar clientes destes modelos com o preço de R$ 118.900, mas nem por isso esquece o desempenho: a tal preocupação com a dirigibilidade se vê atendida usando o 2.0 TFSI na versão de 180 cv de potência e 32 kgfm de torque, aliado ao câmbio Multitronic CVT de oito marchas. Tudo isso lhe permite acelerar de 0 a 100 km/h em 8s2 e chegar à velocidade máxima de 226 km/h, não só ficando na média dos rivais como virando uma interessante alternativa a quem não levava a versão seguinte do A4 somente pela questão do preço: claro, o Ambiente traz 31 cv a mais e a famosa transmissão automatizada S-Tronic de sete marchas, mas quem não se sente seduzido pelos quase R$ 30 mil a menos cobrados pelo Attraction?
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