As projeções mais otimistas para o futuro do Linea brasileiro acabam de ganhar um balde de água fria. O modelo chega à linha 2013 com uma novidade em especial bem interessante, mas um conjunto que fica muito abaixo do que se especulava para ele neste ano. Ou seja, é uma pena que isso vai resultar em ele repetir os índices de venda regulares, longe de incomodar os líderes do segmento. Entretanto, a julgar pelo histórico de defasagens dos nossos últimos lançamentos, não é descabido esperar uma surpresa da Fiat em breve.
Embora a questão de baixas vendas do Linea vem sendo um incômodo há algum tempo, as especulações rondando o sedã começaram a aumentar devido a dois fatos: primeiro a Fiat começou a projetar um sedã para si partindo do tão aclamado Dodge Dart, que por sua vez usa uma plataforma italiana, estreada com um Alfa Romeo. Mas algum tempo depois a Fiat turca apresentou um face-lift no Linea, que aliás foi idealizado desde o início por lá. Este parecia ser um destino bem mais próximo da realidade brasileira, por se tratar de uma mudança barata e rápida de se implementar, e que permitiria ao carro continuar atual por mais alguns anos. O impasse começou porque quase à mesma época a Fiat chinesa mostrou o Viaggio, que é justamente o tal derivado do Dart que tanto se comentava. Então, como o mercado de sedãs médios há tempos é muito importante no Brasil, também seria possível pensar que a Fiat pudesse trazer o Viaggio em vez de remodelar o Linea. É levando tudo isso em conta é que se converge à tal surpresa mencionada no começo deste artigo.
O que se vê é que, mesmo com essas duas opções de sucessor, o nosso Linea ainda não seguiu nenhum desses caminhos. O face-lift turco apareceu antes do Viaggio e é muito mais fácil de se pôr em produção, então para que a Fiat não o tenha feito é possível imaginar que eles prefiram trazer o Viaggio de uma vez. Não se pode negar que esta expectativa carrega toda uma dose de otimismo, mas fato é que esse realmente seria o melhor caminho para a marca. O Linea derrapou desde o começo por ser derivado do Punto, carro que na Europa equivale ao Palio para nós. Então é realmente difícil esperar que ele compita em pé de igualdade com modelos do prestígio de Honda Civic e Toyota Corolla. Por outro lado, o Viaggio não só tem todo o apelo de ser um modelo todo novo como o fato de que é um legítimo médio, mesmo nos padrões do exterior. Ou seja, basta seguir a estratégia de inchar sua lista de itens de série e caprichar na campanha publicitária que ele não tem como fracassar. Tudo isso ainda se soma à questão do design: por mais caprichado que seja o Linea turco, colocar o Viaggio ao lado explica tudo.
Conjecturas à parte, o Linea que acabamos de receber começa sua lista de novidades com uma muito lamentável: a versão T-Jet deixa de existir, e isso só encontra justificativa se a ideia for focar a veia esportiva no Bravo. Isso reduz a linha do sedã às versões Essence e Absolute, que começam respectivamente em R$ 52.990 e R$ 63.140. O painel ganhou tela de LCD e quadro de instrumentos em branco, e a versão Essence ganhou o opcional das rodas de 16”, enquanto a Absolute incorpora os tapetes em carpete e parafusos antifurto. Porém, a novidade mais importante é que o Linea também adota o câmbio Dualogic Plus, estreado com a nova linha do Bravo. Ele apresenta uma série de melhorias tanto na operação como nas funções adicionadas – é o caso do “creeping”, que facilita as manobras de baliza. A Absolute vem com ele de série, enquanto a Essence pode trazê-lo partindo de R$ 55.780. Junto com ele vêm as borboletas atrás do volante, para a troca de marchas.
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