Os lançamentos mais recentes de carros no Brasil vêm aumentando uma oferta que sempre foi muito comum no mercado europeu: as formas de abrir o teto. Até pouco mais de uma década atrás as possibilidades eram mínimas e caras, mas era curioso de ver que seus admiradores sempre foram muitos. Com isso, bastou um modelo aqui e outro ali tomarem uma iniciativa mais forte, e hoje em dia já se podem ver esses itens até em modelos mais baratos. Mas a novidade da Citroën agora vem para a outra ponta da gama.
Por mais que os conversíveis até hoje sejam a opção mais indicada aos que apreciam dirigir ao ar livre, eles em geral são carros de preço alto e oferta reduzida, porque a maior parte dos consumidores prefere a funcionalidade de carros como minivans, peruas ou sedãs. O teto solar surgiu, algum tempo depois, primeiro em lona e depois rígido, justamente como uma primeira tentativa de conciliar as duas coisas, porque permite efeito parecido mas podendo se adaptar a quase qualquer modelo. Os europeus logo adoraram a ideia porque era mais uma forma de aproveitar seu escasso sol, mas no Brasil a situação foi outra. O sucesso do apelido maldoso que ganhou o Fusca com esse item não só enterrou sua oferta de vez como pareceu encerrar a carreira geral do teto solar no país. Somente os anos 1990 começaram a mudar a mentalidade do povo, porque boa parte de todos aqueles recém-chegados que aproveitaram a reabertura das importações contemplava o equipamento e o tratava como artigo de luxo, de forma que este foi o ponto em que ele começou a ter o status que perdura até hoje. Porém, assim como câmbio automático, motor flex e até mesmo airbag, o início do seu caminho foi sinuoso.
Falhas de acionamento, manutenção cara e difícil, problemas de vedação e a consequente ferrugem assombraram os primeiros usuários do teto solar por alguns anos, mas os fabricantes não desistiam. Ele em geral ficou restrito às versões mais caras dos modelos de topo, nem que fosse apenas por questões de imagem, mas os meados da década passada tiveram um divisor de águas. O inusitado sistema de lâminas escamoteáveis do Fiat Stilo agradou tanto que a marca não hesitou em logo depois oferecer um sistema diferente em Idea e Punto, mas com resultado similar. Esta foi a iniciativa que aos poucos reconstruiu a fama do item no país, mas ainda havia o problema do preço. Claro que sempre havia a opção de um aparelho menor, mas ninguém gostaria de retomá-lo depois do costume com o belo efeito visual do modelo panorâmico. Foi quando algumas marcas começaram a experimentar a solução do chamado parabrisa panorâmico. As tendências mais recentes já vinham trazendo vidros dianteiros cada vez maiores, então não foi difícil aderir a uma grande extensão que não se abre, mas se prolonga pelo teto. Os níveis vão desde o do novo C3 até o do Peugeot 308.
O caso da C4 Picasso não é 100% igual ao destes últimos porque são duas peças separadas (existe conexão visual no lado de fora, porém), apesar de que isso permitiu manter os parassois e a luz de cortesia. Como de praxe, o vidro tem alta resistência e grande transparência para conseguir vista e luminosidade inéditas, mas quando não forem desejadas basta recolher uma cobertura deslizante. Este equipamento é o destaque da mais nova série especial da minivan, que faz lembrar a Solaris dos irmãos C3 antigo e C4 hatchback. No caso da Picasso, ela ainda lhe inaugura a cor branca das fotos, chamada de Blanc Banquise, e o sistema de som com conexões Bluetooth e USB. Um excelente destaque que se mantém é a fartura de itens de série, com ar-condicionado digital, controles de estabilidade e tração, direção elétrica, freios com ABS e EBD, rodas de alumínio de 17” e trio elétrico, entre outros. O motor é o mesmo 2.0 16v de sempre, com 143 cv e torque de 20,4 kgfm, e usa câmbio automático sequencial de quatro marchas com comandos no volante. O novo modelo custa R$ 92.200 e tem garantia de três anos sem limite de quilometragem.
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