Embora os fabricantes de carros travem uma briga tão constante quanto ferrenha pelas maiores vendas, é agradável ver que volta e meia surgem modelos com objetivo um tanto diferente. Claro que ninguém estimula o sucesso dos rivais em detrimento do próprio, mas casos como o deste Cooper merecem admiração. Enquanto a Fiat honra suas raízes homenageando Ferrari e Maserati com seu 695 Abarth, os ingleses da Mini fizeram um tributo à sua conterrânea, do qual agora os brasileiros também podem desfrutar.
Nos dois casos citados, as homenagens são feitas por marcas pertencentes ao mesmo conglomerado dos alvos, de forma que isso pode parecer tão trivial quanto um grupo de funcionários prestigiando um colega de trabalho. Contudo, essa ideia ganha mérito pela questão de reconhecer publicamente os valores que fizeram a fama da outra marca. Por exemplo, o 695 ganhou preparação mecânica mais apurada e a clássica cor vermelho-vivo para aludir à esportividade da Ferrari, e isso não só conferiu prestígio à marca de Maranello como deu um excelente destaque ao modelo da Fiat, criando uma via de mão dupla que também beneficia os compradores ao trazer a possibilidade de adquirir um modelo de caráter exclusivo, e também por preço bem menor que o alvo exaltado. A Rolls-Royce tem fama mundial pelo luxo extremo de seus modelos, então aplicar isso ao Cooper não afetou demais o seu desenho. O destaque é que por trás das exclusividades como a prestigiada cor Black Diamond, as rodas de 17” e o logotipo Goodwood nos paralamas dianteiros se encontra nada menos que o Cooper mais luxuoso de todos os tempos.
Se por fora ele segue a discrição de todo bom carro de luxo, a cabine começa a chamar atenção pelo revestimento de todo o ambiente em bege Cornsilk, cor exclusiva da homenageada. Ele faz inusitado par com a profusão de elementos redondos do compacto, dentre os quais o detentor de maior atenção é a tela de LCD da central multimídia circundada pelo estreito conta-giros – ladeado por duas saídas de ar igualmente circulares, há quem ache este conjunto parecido ao Mickey Mouse. O contraste visual se faz com o volante e outros detalhes em preto, mas o painel volta a roubar as atenções com o revestimento em madeira nobre, item que vários carros imitam com plástico para tentar se aproximar da sensação de requinte que a peça original sempre traz. Já outra especialidade se desfruta entrando de fato no carro, mas de preferência sem calçados: os tapetes são feitos de lã de carneiro. O Mini Cooper Goodwood usa o 1.6 turbo das versões S, com 184 cv e câmbio automático de seis marchas. O país terá apenas seis unidades dessa edição, mas já se sabe que o seu nível de imagem se volta aos que não veem motivo de alarde no preço de R$ 189.950.
0 comments:
Post a Comment