“O cliente sempre tem razão”. Uma das máximas que regem o mundo dos negócios vem recebendo mais atenção também no mundo dos carros, mas com um crescimento maior do que nunca. Se as crises vêm afastando o setor dos seus melhores momentos, é interessante de ver que as vendas estão cada vez mais apoiadas na inovação. Qualidade quase todos já provaram que conseguem oferecer, então a mina de ouro passou a ser encontrar uma forma única de cativar. Uma tentativa disso é o mais novo Touareg a chegar ao país.
Falar em inovação entre carros é pedir para relembrar vários momentos de várias décadas, que com certeza fazem a alegria de qualquer aficionado pelo assunto. Como exemplos, o começo dessa história teve Citroën Traction Avant e Ford T inovando respectivamente com tração dianteira e produção em série ao passo que, décadas depois, Renault Espace e os três modelos do Grupo Chrysler agraciaram as famílias com as minivans. Depois disso as evoluções não deixaram de aparecer, mas sem inovar; o mercado parecia ter se acostumado às divisões que já tinha. Mas é possível afirmar que a mudança dos anos 2000 teve seu começo fortalecido com BMW X5 e Volvo XC 70. Ver duas marcas tão ligadas ao requinte urbano aplicando sua qualidade ao mundo off-road – e obter enorme aceitação – não demorou a despertar a mesma o resto do mercado mundial. E a partir daí surgiram os diversos exemplos de seguidores, cuja proliferação não ousa parar. Aliás, o Touareg é um deles, mas, ao contrário do Phaeton, ele conseguiu convencer que vale a pena abrir mão de Audi, BMW ou Mercedes-Benz (isso para ficar nos alemães) para investir valor parecido numa marca cuja fama tem origens em Fusca e Kombi.
Agora, a versão R-Line chega para deixar ainda mais informal um modelo que desde o início é o “traje esporte fino” entre os crossovers. Já não vale a pena procurar adjetivos para descrever a dianteira que só falta contagiar a Kombi, então foquemos no demais: as laterais do Touareg seguem a legítima escola alemã, abrindo mão de excesso de vincos para formar a esportividade com relevos conseguindo assim um desenho simples mas de ótimo gosto, que vai demorar muito a aparentar idade. A traseira concentra a atenção nas vistosas lanternas, mas vale a pena comentar como os itens R-Line colaboram. Estão lá spoilers dianteiro e traseiro, saias laterais, belas rodas de liga leve exclusivas de 20” e ainda grade em preto brilhante, mas nada disso chama mais atenção do que deveria: a elegância vem de que esse kit não atrai os olhares para si; seu propósito é complementar o estilo original do carro. Essa concepção claramente foi herdada das três conterrâneas citadas no parágrafo anterior, que oferecem pacotes similares mesmo para seus carros mais acessíveis, aproveitando o gosto pelo estilo mais arrojado mesmo naqueles que não podem levar um membro das divisões esportivas.
Como era de se esperar, a cabine não perdeu atenção alguma. O modelo, cujo nome homenageia o mesmo povo que uma canção da Gal Costa de 1969, traz pacote de itens completo. Seu espaçoso interior recebeu o melhor que a VW pode oferecer, e isso se traduz em itens como acabamento geral em couro, bancos, pedaleiras e volante esportivos, central multimídia com DVD, GPS, e disco rígido de 60 GB usando touchscreen 3D no console, detalhes em alumínio e sistema de som premium – a segurança mostra que não fica atrás ao contar com assistência em subidas e descidas, controles de estabilidade e tração, farois bixenônio direcionais e vários airbags. Porém, há um detalhe que não chega ao horror, mas certamente mancha a reputação de um carro deste nível: o ACC, um controle de cruzeiro que usa sensores e câmeras para monitorar o trânsito próximo e regular a condução do carro, sai sozinho por R$ 12 mil. O desempenho conta com o V8 4.2 com 360 cv e torque de 45,4 kgfm, que lhe leva de 0 a 100 km/h em 6s5, câmbio de oito marchas, tração 4Motion e suspensão pneumática. Analisar o Touareg por si só revela o produto fabuloso que ele é. O problema é que entre R$ 333.700 e R$ 360.590 (completo com pintura perolizada) existem opções de prestígio muito maior.
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