Verdadeiro pânico é o que se espalha entre os fabricantes de carros a cada norma ambiental ou de segurança que surge. Todos gostam do objetivo de oferecer à população veículos cada vez melhores, mas o lado das empresas fica complicado porque se acarretam extensos reprojetos para alcançar de fato esse novo nível. Alguns modelos já se anteciparam a elas e outros as atendem sem problemas, enquanto os que demandariam esforço demais deveriam sair de produção. Mas este último grupo costuma ser mais relutante do que se imagina.
Se o mercado brasileiro de hoje vê tantos modelos antigos vendidos como novos em paralelo aos próprios sucessores, a razão é que isso convém aos dois lados. Os fabricantes têm mais tempo para amortizar os custos que tiveram com a implantação do produto no país, e depois que isso ocorre tais carros não precisam ter o preço tão aumentado. Isso se reforça depois que se lança o seu sucessor: o modelo novo passa a defender o segmento correspondente, porque traz novo fôlego quanto a desempenho, equipamentos e estilo, enquanto o antigo continua em linha para dar volume de vendas. Isso se provoca porque ele ganha um reposicionamento, tendo a oferta redirecionada ao menor custo, para impedir que os clientes migrem às outras marcas por achar o novo muito caro. E a resposta deles quase sempre é positiva, principalmente nas categorias mais baratas, em que o preço é a prioridade. O problema é que os projetos mais antigos são inferiores em aspectos como a segurança, de forma que quando surge uma norma como a de obrigar o uso de freios ABS e airbag duplo, se sai caro demais para a fábrica colocá-los nele, é mais válido tirá-lo de linha.
Mas como a Chevrolet vai se deixar perder as vendas do sedã mais vendido do país? Os sedãs a partir do Cobalt são mais caros que a faixa do Classic, e o Prisma saiu de linha em parte porque nunca conseguiu emplacar tanto quanto o veterano cuja primeira aparição se deu em 1995, quando ainda atendia pelo nome de Corsa Sedan. Então é ele quem precisa manter as vendas da marca mais uma vez, mas agora recebeu reforços: se as normas pedem aqueles itens, a novidade de sua linha 2013 é a inclusão deles. O configurador do site da marca já oferece pacotes novos para o sedã, em que três na verdade são iguais a outros já existentes mas somando o airbag, e destes apenas o mais caro também incorpora os freios ABS. O mais barato tem o nome PDC, e por R$ 1.172 traz também a direção hidráulica, além de itens menores. Já o PDE soma o ar-condicionado por R$ 3.642, e o PDA agrega alarme e acionamento elétrico de vidros dianteiros e travas por R$ 4.834. Na ordem, os pacotes dos quais se originaram são PDD, PCH e PCM, cujos preços no final das contas fazem o airbag duplo somar R$ 400 e os freios ABS R$ 300. Todo o resto do carro segue inalterado.
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