Depois de tanta propaganda em todos os meios de comunicação que se possam imaginar, a picape média da Ford agora também se reinventa no Brasil. Ela ajudou a fundar seu segmento no país, mas com o passar dos anos se viu combalida pela forte investida das concorrentes, em especial quando começaram a evoluir em vários aspectos. Agora ela não só se redime como traz inúmeras vantagens. Sua aposta reside nas qualidades de um projeto que atenderá 180 países, e que visa enfrentar os rivais com mais força do que nunca.
A Ranger é o mais novo exemplar dessa nova tendência de aproximar as picapes dos veículos de passeio. Seu desenho ficou mais moderno do que nunca, em que a dianteira ostenta grade com três espessos filetes cromados para criar identidade com o Edge, apesar de que os farois poderiam ter ficado mais chamativos. Mas seu destaque está em que se avança pelo parabrisa que ficou bem mais moderno por causa da maior inclinação e pelas laterais que condizem por causa das linhas limpas e arredondadas, retirando o ar de veículo utilitário da geração anterior – um exemplo são as janelas, antes muito quadradas e agora com desenho mais irregular, que colabora com a linha de cintura elevada. Já a caçamba termina em lanternas grandes, com uma parte cromada e outra em vermelho, além da novidade de seu nome adotar a escrita em tamanho gigante, ocupando um ressalto na parte de baixo da tampa inferior. De qualquer ângulo que se olhe, ela denota que é um projeto novo por completo.
Todo esse esforço encontra grande resposta no interior. A cabine avançou anos-luz no espaço para os ocupantes, que se beneficia dos 3,22 m de entre-eixos para ficar muito mais receptivo a cinco pessoas. Também temos acabamento mais refinado e maior tecnologia embarcada: o painel, por exemplo, passou a usar inspiração nos lançamentos mais recentes para ganhar o console central em dois tons e com aspecto bem mais elegante, usando o desenho inspirado em celulares que já é conhecido dos donos do New Fiesta. Este é mais um reflexo da necessidade deste carro de agradar a tantos mercados: o padrão precisa ser alto. O foco desta picape saiu do off-road e das frotas comerciais, e agora volta a aproveitar o apelo da imagem e do luxo para combater em pé de igualdade com rivais de reconhecida qualidade, como Mitsubishi L200 Triton, Nissan Frontier e Toyota Hilux e a novata VW Amarok, mas em especial retomar a acirrada competição que mantém com a arquirrival Chevrolet S10 desde meados dos anos 1990.
Uma surpresa é que a Ranger já chega em cabines simples e dupla, mas não se sabe se também teremos a estendida porque entre as picapes médias essa opção não tem grande aceitação por aqui. Além disso, uma excelente notícia é que ela renovou toda a gama de motores, passando a três. Seu motor a gasolina é um 2.5 Duratec, que finalmente usa a tecnologia flexível e chega a 173 cv. Já usando diesel ela traz duas opções de motor Duratorq TDCi: o 2.2 gera 125 cv e torque de 32 kgfm e estará em apenas na versão XL, destinada aos frotistas. Já o 3.2 é a estrela da linha, e usa cinco cilindros para chegar à liderança de potência no segmento com 200 cv e ao empate em torque com a S10, com 47,9 kgfm. Este motor é o único a trazer opção de câmbio automático, outro item que fazia muita falta na geração anterior. Como de praxe temos as opções de tração 4x2 e 4x4, mas agora a primeira está mutuamente restrita ao motor a gasolina, e a segunda mutuamente restrita aos motores a diesel. Combinando tantas variáveis se obtêm treze opções disponíveis.
Falando nas versões, a XL vem em cabine simples (R$ 77.500) ou dupla (R$ 92.500) e traz de série alarme volumétrico, ar-condicionado, computador de bordo, diferencial traseiro blocante, direção hidráulica, freios ABS com EBD nas quatro rodas e travas elétricas. A XLS vem em simples ou dupla usando gasolina (R$ 61.900 e R$ 67.600) ou diesel (R$ 97.900 e R$ 106.900), e agrega detalhes externos na cor do veículo, retrovisores elétricos, rodas de liga leve aro 16”, sistema de som com MP3, tela colorida de 4,2” e vidros elétricos – com diesel e dupla se somam duplo airbag e farois de neblina. A XLT só usa diesel (R$ 114.900), mas é a primeira exclusiva com cabine dupla e que oferece câmbio automático (R$ 120.400); adiciona airbag duplo, ar-condicionado digital bizona, controle de estabilidade, detalhes externos cromados, sistema de som com Bluetooth e comandos no volante, rodas de liga leve aro 17” e vidros elétricos mais sofisticados. A Limited coroa a linha com gasolina e câmbio manual (R$ 87.500) ou diesel e automático (R$ 130.900), e completa seis airbags, bancos de couro, câmera de ré, touchscreen de 5” com GPS e um interessante santantônio esportivo, que melhora muito sua aerodinâmica.
(Atualização 04/07/12): As fotos foram trocadas. Para acessar suas fontes basta clicar nas animações.
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