Thursday, January 26, 2012

Chevrolet Corsa e Meriva Maxx 2012

CorsaNão é qualquer marca que teve altos e baixos como os da Chevrolet brasileira. A mina de ouro começou em 1960, com ícones como Chevette e Opala, sucessos que atravessaram décadas e só foram dar lugar à famosa linha de 1990 da marca, época em que ela trouxe o melhor da linha Opel alemã. Os anos 2000 foram de vacas magras, porém, mas a marca está se esforçando em retomar os tempos áureos. Está em plena transição, e as expectativas são das melhores.

Junto com Omega, Vectra, Kadett e Astra, o primeiro Corsa inovou no segmento de base em 1994 com um sucesso tão grande que provocou filas e ágio. A filial brasileira lhe deu três variações caprichadas (sedã, picape e perua), e todas tiveram relativo sucesso sem nem precisar de face-lifts pesados. Mas os anos 2000 requeriam um novo golpe de mestre da marca. Ela pegou o último Corsa europeu e lhe deu uma frente mais brasileira para trazê-lo aqui em 2002 como hatch e sedã, este de novo obra daqui. Moderno, bonito e mais sofisticado, teria tudo para continuar o sucesso se não fosse por uma estratégia ruim.

Chevrolet Corsa e MerivaAinda que muita gente reclame também dos opcionais presos a kits enormes, a âncora do sucesso do “Corsa C” foi a oferta de motores, de início 1.0 e 1.8. Afinal, o motor maior era tão vigoroso quanto gastador e caro, enquanto o 1.0 já se mostrava insuficiente para um modelo que havia ficado bem maior e mais pesado que o anterior. Só depois de alguns anos que a Chevrolet lhe ofereceu o motor 1.4, que já tinham em linha por todo esse tempo, para concluir que esse sim era o conjunto ideal. Mas o modelo já tinha perdido o impulso inicial, e infelizmente nunca saiu das vendagens medianas. Prova disso é que sua aparição comedida nunca justificou mudanças visuais -  apenas atualizações pontuais em dez anos.

Já a Meriva teve sorte bem melhor. Surgiu pouco depois do hatch que lhe emprestou a plataforma, e teve até o orgulho de ser lançada aqui alguns meses antes que na Europa. Surpreendia por não compartilhar partes visíveis com o Corsa tanto por fora como na cabine, denotando qualidade de projeto. Somando a tudo isso o eficiente sistema FlexSpace de modulação dos bancos, pode-se explicar porque ela formou com a Zafira uma dupla de sucesso. Sucesso este que só esfriou ao longo dos anos porque elas viram a concorrência se aperfeiçoar cada vez mais, mas não receberam um singelo face-lift de meia-vida.

E agora o último ano chegou para os três. Quem sofreu o primeiro golpe foi o sedã, cuja produção parou já no final do ano passado. Corsa hatch deixa de ser fabricado em março e Meriva em maio, então somente estes últimos ainda precisam atender as novas leis do país, de ter 30% da produção equipada com mais itens de segurança. Ou seja, as versões Maxx 1.4 Econo.Flex de ambos ganham agora airbag duplo e freios ABS, de série na Meriva e num pacote opcional para o Corsa, junto com ar-condicionado por R$ 3 mil.

Derivados do Corsa europeu de terceira geração, enquanto a Opel fez um “Corsa 4”, o Brasil fez cada substituto de uma forma diferente. O sedã recebeu o Cobalt, projeto que usa a base do tal Corsa de última geração, mas o hatch não teve sorte: será sucedido pelo Agile, que como se não bastasse o desenho desastroso que recebeu, usa a base do modelo anterior, o Corsa 2. Já a Meriva será trocada junto com a Zafira por um só modelo, de versões de cinco e sete lugares. Será um projeto de baixo custo, mas esperemos que apresente qualidade suficiente para ocupar com dignidade a lacuna que vai provocar.


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