Esta categoria surgiu no Brasil em 1976, com a pequena Fiat 147 Pick-up. Não demorou a fazer sucesso e a receber concorrentes, de forma que em poucos anos o país já se rendia a esses carrinhos que uniam tamanho e consumo típicos dos carros pequenos com capacidade de carga digna de atender a pequenas empresas ou pessoas que apenas queriam um carro mais bonito para o lazer. É interessante notar que apenas as Quatro Grandes têm boas vendas com este tipo de carro, que na verdade virou quase exclusivo do nosso mercado.
Chevrolet Montana: Poucos lembram, mas ela foi o primeiro carro do país a usar apenas motores flexíveis desde que foi lançada. É uma pena que a geração atual trocou a ótima qualidade de construção de quando era derivada do Corsa 3 para usar o projeto de raízes de 1994 que usa o Agile… E portanto também seu desenho infeliz. Mas não se pode negar que é um utilitário robusto e confiável, e com atenção especial aos jovens na topo-de-linha Sport (foto). Esta também agrada pela generosa lista de itens e acessórios a preço baixo.
Fiat Strada: Seria a neta da pioneira mencionada ali em cima. Esses genes se manifestaram quando ela virou a primeira picape derivada de automóvel no mundo a usar cabine estendida… E quando repetiu o feito com a cabine dupla. Seu histórico de versões já incluiu até esportiva, e hoje em dia é capitaneado pelo sucesso de vendas Adventure, e com direito ao câmbio Dualogic. Sua liderança entre os utilitários do país se mantém há vários anos, e isso vem da sua construção de qualidade e da tal flexibilidade: nenhuma rival jamais ofereceu tantas opções.
Ford Courier: Na década de 1990 a Ford precisava substituir a veterana Pampa com urgência, e aproveitou que o Fiesta chegava com produção nacional para conseguir uma picape bem mais moderna. Naquela época ela já agradava pela caçamba enorme, mas é curioso o destino que teve: depois de um face-lift o Fiesta recebeu nova geração em 2002 e o novo vem do México desde 2010, mas nunca mais se tocou na Courier. Aliás, ela continua igual na seção de Projeto e na de Preços… E talvez seja isso que explique as boas vendas também intactas, até hoje.
Peugeot Hoggar: É difícil de entender por que um derivado do 206 de 1998 só chegou em 2010. E ela não está perdida só no tempo: foi a única a comprar esta briga que as Quatro Grandes dominam há décadas, e essa falta de tradição parece ser um ponto contra: ela até hoje não deslanchou nas vendas. É mesmo uma pena, porque sua construção herda a qualidade de renome de Partner/Berlingo, e a dianteira abaulada do nosso 207 ficou até mais bonita aliada à sua enorme caçamba. Oferece 1.4 e 1.6 16v flex, e a estilosa versão Escapade é o topo da linha.
Volkswagen Saveiro: Foram-se os tempos do prestígio que a linha Gol gozava nos anos 80. Hoje em dia o carro-chefe ainda vende bem por ser barato, mas nem a modernidade da geração nova ajuda a picape sequer a ameaçar a Strada – a italiana vende o dobro. Claro que não se pode negar que a Saveiro recebeu o século XXI com ótima qualidade de construção, estilo acertado e boa oferta de itens, em especial na versão Cross. Mas esta geração enterrou a honra de outrora ao ser a primeira da categoria rendida a copiar a cabine estendida da arquirrival.
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