Talvez você lembre da intenção principal que a Hyundai teve ao iniciar toda esta empreitada que atende pelo nome de HB20. Para alcançar uma participação de mercado pelo menos no nível de Citroën, Renault e Peugeot, por exemplo, a coreana manteve a excelente fama iniciada com os modelos mais caros mas agora a estende às categorias de volumes maiores. Em outras palavras, depois de criar um compacto exclusivo para o Brasil, quem poderia duvidar que o próximo passo seria competir entre os aventureiros urbanos?
Como era de se esperar, as imagens oficiais e a publicidade da marca dão a ideia de que este carro consegue transpor trilhas que na realidade pertencem ao naipe de legítimos jipes. Os fatos, no entanto, são que o HB20X traz alterações de monta bem menor, porque sua intenção na verdade não é tão grande assim. A Hyundai brasileira acaba de colocar em prática o que os concorrentes da novidade com certeza farão assim que os seus modelos chegarem à época das novas gerações: aproveitar as vantagens de prever estas versões desde o começo do projeto. Carros como 207 SW, Fox e a própria Palio Weekend surgiram todos antes de este gosto virar uma moda tão forte, de forma que quando ela chegou os fabricantes precisaram recorrer a adaptações. Já o HB20 é um dos primeiros a contar com tal variação de nascença, o que lhe permite resultado visual bem melhor: ele troca o excesso de apliques de plástico, por exemplo, por parachoques exclusivos. Seu ar mais agressivo se faz com aspecto mais volumoso e itens como a grade dianteira bem maior, combinando com o bom gosto dos demais acessórios como o rack de teto e as rodas de liga leve exclusivas. É nada mais que repetir em escala de menor preço o que fabricantes como Audi e BMW fazem há alguns anos com os pacotes esportivos: projetá-los em paralelo com o desenho padrão do carro permite a esses kits complementar o estilo do mesmo, em vez de bifurcar as atenções.
Além disso, a ausência de mudanças mais extremas como o estepe direcionado à tampa traseira só volta a confirmar que a Hyundai deixou os extremos para seu crossover compacto, que terá a base do HB20 mas chegará nos próximos anos. As únicas mudanças da cabine foram os bancos com dupla costura, pedaleiras em alumínio e o volante revestido em couro na versão Premium, o que tem seu lado bom e ruim: trata-se de ter mantido um interior cuja qualidade já tem ótima aceitação do público, mas simples mudanças como cores de revestimentos e de luzes teriam dado ar muito mais condizente com a proposta da versão nova. O carro sempre usa o 1.6 16v flex de 128 cv, e a versão Style (R$ 48.755) traz de série airbag duplo, ar-condicionado, computador de bordo, Bluetooth, direção hidráulica, farois de neblina, rodas de liga leve aro 15”, sistema de som multimídia (sem CD player) com comandos no volante, trio elétrico e cabine com bancos em azul e console em preto. A Premium (R$ 51.255) soma ar-condicionado mais sofisticado, banco traseiro bipartido, chave multifuncional, palhetas Aeroblade, sensores de estacionamento e crepuscular, vidros com função one-touch e a curiosa opção de trocar o sistema de som por um que traz CD/MP3 player mas perde a conexão Bluetooth, esta opção sem custo extra. É uma pena que os preços sejam salgados já usando o câmbio manual: a caixa automática de quatro marchas passa as versões respectivamente a R$ 51.955 e a R$ 54.455.
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