Chegou ao país uma das mais modernas transmissões automotivas da atualidade. Mesmo com o incrível início de vendas, o novo EcoSport mostra que não pretende dormir sobre os louros: sua primeira medida foi incorporar novas combinações de motor e acabamento para aumentar o potencial da versão Titanium, mas sua exibição no Salão do Automóvel prometia muito mais: se a Ford deixou a tração 4x4 para o ano que vem, agora já se pode comprar o primeiro veículo com câmbio de dupla embreagem fabricado no Brasil.
Usar a plataforma do New Fiesta foi um excelente ponto de partida para a Ford executar a ideia de modernidade que este carro tanto exalta. O exterior transpira esportividade visto de qualquer ângulo, com linhas fortes e volumes muito bem esculpidos que conferem uma sensação de imponência e dinamismo sem recorrer a dimensões exageradas, o que certamente desestimularia seu uso urbano. O interior também segue a cartilha de sucesso usada pelos últimos Ford em todo o mundo, com a interpretação da “filosofia Kinetic” feita no design mas também com uma generosa aplicação de tecnologia, tanto em prol do conforto como da segurança. Também há resposta a esse “jeito de ser” nas duas opções de motor, então a Ford não podia seguir essa proposta em “quase todos” os aspectos: se o mercado mostrou aceitação satisfatória para transmissão automática nesse tipo de carros, eles quiseram repeti-la. E se eles querem que este carro seja o mais moderno da categoria, precisaram apostar alto. A transmissão automatizada Powershift já é muito usada nos Ford do exterior, e vem colecionando elogios porque seu alto nível de tecnologia se traduz em funcionamento sem comparações.
Vale lembrar que este câmbio não muda a forma de uso do motorista em relação a qualquer outro automatizado. Ou seja, continua-se selecionando entre P, R, N e D e esquecendo-se do terceiro pedal. A diferença está em que as duas embreagens trabalham em forma alternada, uma com as marchas pares e outra com as ímpares: quando se está usando uma marcha, a outra embreagem já prepara a seguinte para a troca. Isso não só reduz o tempo da troca como evita a interrupção do torque, fazendo que o motorista na prática não as perceba: o carro acelera e desacelera em forma contínua, sem solavancos ou quaisquer desconfortos do tipo. Mas além do dirigir mais agradável, a Ford afirma que essa caixa traz consumo 10% menor que o de uma automática convencional. Fora que a Powershift não usa bombas, fluidos ou radiadores, o que leva a afirmar que ela não precisa de manutenção durante sua vida útil, que é de dez anos ou 240 mil km. O carro mantém a opção de trocas manuais em sequencia e modo esportivo para as duas formas, permitindo ao dono escolher entre conforto ou diversão. Quanto ao mercado, como a versão FreeStyle vende bem sem nenhuma ajuda, a Ford aplicou a novidade às demais: sempre com o 2.0 16v de 147 cv, a SE começa em R$ 63.390 com o novo câmbio e a Titanium em R$ 70.890 – esta pode somar bancos de couro e airbags laterais e ficar em R$ 74.590.
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