Este sim é o grand finale do ciclo inicial de novidades da JAC para o Brasil. Depois de estrear entre nós em duas das mais movimentadas categorias com a linha J3, os chineses procuraram seduzir a classe média com a minivan J6 e o sedã J5, e agora formam a base da gama com o J2. Com as obras da fábrica baiana a todo vapor, as próximas medidas da marca terão como base o desempenho que obtiver esta primeira linha de veículos. Então, será que o subcompacto chinês vai conseguir escrever uma história de sucesso por aqui?
Vendido na China desde 2010, este carro precisou passar por algumas mudanças para chegar a nós. Mas além das já conhecidas adaptações para o solo e combustível brasileiros, os chineses quiseram que o J2 não virasse mais um carro popular, e sim algo mais próximo ao conceito europeu de subcompacto. Ou seja, em vez de vendê-lo com o mínimo de equipamentos para custar menos, eles deixaram o preço em segundo plano para focar na jovialidade. Ele não pretende se dedicar às famílias menos abastadas, mas sim aos grupos de amigos. Ser o segundo ou terceiro carro de uma casa de classe média-alta, ou o primeiro veículo de um universitário, além de outros casos similares. Essa proposta se faz com um desenho lúdico, cheio de ideias criativas e proporções um tanto exóticas que, por exemplo, fazem a fama do Fiat Uno até hoje. Porém, o formato do J2 é muito mais parecido ao do Peugeot 107 e ao do conterrâneo Chery Face: está lá o mesmo conceito de cabine recuada com capô curto e alto, mas chamando atenção pela traseira muito curta, com a cabine terminando quase junto com o próprio carro. Falando no modelo da Chery, é de se esperar uma acirrada disputa do modelo da JAC com o trio da rival, formado por QQ, S-18 e Face.
Após esta apresentação inicial, já é possível imaginar que as medidas do hatch também têm prioridades diferentes das de, por exemplo, um Ford Ka ou um VW Gol: duas formas de arriscar a integridade do grupo de amigos mencionado seriam a tentativa de acomodar um quinto passageiro ou a promessa de levar muita bagagem – a imagem que mostra a tampa traseira aberta revela tanto seu tamanho diminuto como os apenas quatro encostos de cabeça. Contudo, quem aceitar tais condições viajará com conforto e segurança garantidos por um farto pacote de itens de série, que traz airbag duplo, alarme, ar-condicionado, direção elétrica, freios com ABS e EBD, sistema de som multimídia, trio elétrico e até sensores de estacionamento traseiros (somados à sua traseira tão curta, errar na baliza com este carro deve ser impossível), tudo por R$ 30.990. As alterações que este carro recebeu para o Brasil incluem um parachoque dianteiro de desenho mais esportivo, apesar de ajudarem o carro a parecer um Picanto de geração anterior. Difícil é gostar das enormes lanternas, cujo desenho faz pensar que cada uma são duas peças diferentes que foram soldadas em uma só. Resta saber se o adesivo preto atrás das janelas traseiras será opcional ou obrigatório; se o J2 quer buscar referências em estilo, digamos que não é bom emprestar soluções como a que se vê no Chevrolet Agile.
Por outro lado, o conjunto de adaptações ao mercado brasileiro fica muito interessante quando se abre o capô: como o modelo chinês usa um 1.0, a JAC não poderia querer evitar que o J2 seja visto como um popular ao oferecer o que se tornou o maior símbolo desta categoria (a categoria dos populares literalmente se formou ao redor do motor 1.0, com o Fiat Uno Mille de 1990). Como a troca de motor era necessária, optaram pelo mesmo 1.4 16v que equipa o irmão maior: é esperável que a manutenção desta parte seja a mesma do J3, mas os 108 cv de potência e o torque de 14,1 kgfm se tornam empolgantes ao levar o baixo peso do J2 (915 kg): a marca anuncia aceleração de 0 a 100 em 9s8 e velocidade máxima de 187 km/h, mas é uma pena que ele ainda se restrinja à gasolina. Conta-se que ele também teve melhorias na vedação dos vidros e no isolamento acústico da cabine, mas a personalização também vale menção. O novo Uno fez tanto sucesso ao instaurar a oferta desses acessórios na categoria popular que ganha mais este seguidor: o chinês oferece vários adesivos externos para teto e capô, e rodas e capas dos retrovisores que podem vir em preto, grafite ou cromados, para os últimos. Além disso, se o Brasil não verá a personalização interior, que no modelo chinês inclui cores fortes para os bancos e o painel circular, nós também fomos poupados do nome que ele usa por lá. Ou você gostaria de dirigir um carro chamado Yueyue?
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