Quem olha apenas a lista de itens bem mais generosa e em conjunto com o preço mais reduzido pode pensar que se trata de uma oferta de sonho. No entanto, a VW aplicar essas melhorias justo na época em que as outras marcas estão planejando fortes renovações nos seus hatches premium seria uma coincidência enorme, não? Pois então, não é. A verdade é que os alemães sabem que não têm mais um competidor à altura, então usam o custo/benefício como paliativo.
O primeiro desembarque do Polo se fez nos anos 1990, na terceira geração. Ele veio apenas como sedã e importado da Argentina, mas o preço alto estancou as vendas. Mas a marca não desistiu e trouxe a quarta em 2002 com várias vantagens: menos atraso, produção nacional e opção do hatch. Foi uma evolução enorme em termos de qualidade, mas outra vez o preço se opôs à ideia inicial de substituir o Gol. Sua sorte foi ter caído como uma luva para os que queriam mais que o popular mas não faziam questão de ir até o médio Golf. Costuma-se afirmar que ele foi o criador do segmento premium no Brasil.
Alguns anos depois ele recebeu o mesmo face-lift de meia-vida da matriz, e isso lhe permitiu continuar o alarde de ser vendido igual em todo o mundo. Porém, quando os europeus ganharam sua quinta geração as divergências surgiram. Seus avanços em tecnologia se traduziriam em preços altos demais para os países emergentes, e então a África do Sul decidiu dar outro face-lift na atual, que chegou aqui no ano passado. E é justamente aí que reside o problema dos nossos Polo: não deixaram de ser ótimos produtos se analisados individualmente, mas já são um projeto antigo.
Esta idade se realça ao compará-lo com os concorrentes: quem vê os Polo hatch e sedã quando ao seu lado se colocam os New Fiesta? Além disso, em breve chegam Chevrolet Sonic hatch e sedã, Citroën C3 e Peugeot 208, além da re-estilização do Fiat Punto. Com isso, enquanto a VW não traz o Polo novo só lhe resta a prática que se aplica a todo modelo em fim de carreira: apela para o custo/benefício. Isto é o que está por trás das novidades à primeira vista milagrosas da linha 2013 dos dois alemães.
Em média, o hatch perdeu R$ 1.300 e o sedã R$ 1.900, o que lhes fazem partir de R$ 47.510 e R$ 50.250 – as versões completas partem de R$ 54.080 e R$ 55.960, na ordem. Agora todo Polo traz de série abertura da tampa traseira por controle remoto, alarme Keyless, faróis com função Coming & Leaving Home, para-sóis com iluminação e trio elétrico. Entre os opcionais, ar-condicionado digital Climatronic e jogo de rodas de liga-leve passam a custar R$ 510 cada, o que representa redução de R$ 410 para o primeiro e impressionantes R$ 1530 para o segundo item.
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